quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Aquele verso menino que escrevi há tantos anos atrás

Sou tão canastrão que muitas vezes acho que uma música pode falar por mim.
Ao terminar com Suamain, mandei uma música do Chico para ela. Um ato de civilidade que julguei possível. Ledo engano. 'ledo engano' é feio pra caralho. Mas a verdade nem sempre é bonita. Então mantenho o 'ledo engano'. Meados de 2004. Mandei a música. Suamain não entendeu. Então mandei a música explicando como nossa vida encaixava-se naquela letra, estrofe por estrofe:

Preciso não dormir
Até se consumar
O tempo da gente

"Tentei de todas as maneiras,atento,manter o que nos unia vivo. E o que nos unia? O amor"

Preciso conduzir
Um tempo de te amar
Te amando devagar e urgentemente

"Tentei achar uma maneira de te amar, com a urgência de quem vive e a lentidão de quem quer aproveitar cada momento"

Pretendo descobrir
No último momento
Um tempo que refaz o que desfez

"Tudo que o tempo destrói, mais cedo ou mais tarde,ele constrói novamente.A nossa história é exemplo disso,já que não tenho mais mágoas.E espero que você também não.A única coisa que o tempo esqueceu de avisar a gente é quando vai reconstruir."

Que recolhe todo sentimento
E bota no corpo uma outra vez

"O tempo faz com que a gente recolha o sentimento e o próprio tempo,se for o caso,nos traz o mesmo sentimento,porém mais maduro,de volta."

Prometo te querer
Até o amor cair
Doente,doente

"Já que não tem mais jeito. Foi o tempo de aproveitar (até o amor cair doente). Tudo que vem em excesso ou a falta de amor em excesso, é prejudicial."

Prefiro então partir
A tempo de poder
A gente se desvencilhar da gente

"É melhor dar um tempo agora pra que não haja mais mágoas em nossa história. Não é uma separação brusca. É consciente.Uma escolha."

Depois de te perder
Te encontro com certeza
Talvez no tempo da delicadeza

"Já que escolhemos nos perdermos, temos que arcar com as conseqüências. E se tiver que ser,daqui há algum tempo,nos reencontraremos mais a frente - no tempo da delicadeza. Se um dia esse tempo chegar."

Onde não diremos nada
Nada aconteceu
Apenas seguirei como encantado ao lado seu

"Essa última parte eu não preciso explicar,né?"

Beijos de quem te ama

JQ

Quatro anos depois acho que ela continua sem entender. E eu só publiquei essa mensagem porque o amor em questão, ou a falta dele, é universal. Não tem nada de particular. Não dá nome aos bois.

Hoje eu faço Letras.

sábado, 5 de janeiro de 2008

O medo de amar...

Eu estava fugindo de escrever. Uma preguiça. Esse negócio de contar as coisas sem contar é complicado. E cansativo também.
O ano acabou e eu não tenho do que reclamar. Correr atrás do que eu queria valeu à pena. 2007 me deu uma namorada nova. A mais linda de todas. Encontrei nela coisas que em mim haviam ficado esquecidas. Que eu perdi na poeira do tempo. Uma felicidade que dá até medo. E o medo de amar é o medo de ser livre.
Uma faculdade nova me proporcionou um emprego foda. Na verdade, é um estágio. Mas, como aprendi em um programa de Alexandre Machado e Fernanda Young – Os Aspones:

"– Eu não sou estagiário. Eu estou estagiário. Eu sou muito velho pra ser estagiário."

E terminei o ano, praticamente, dez quilos mais gordo. Mas continuo sendo magro. Revi velhos amigos. E também fiz as pazes com o sol. Lá no Arpoador. N., minha namorada, mediou esse reencontro. E foi bom. Acho que não ia à praia durante o dia desde o tempo que Suamãe e eu largávamos tudo e levávamos você para o Recreio dos Bandeirantes no meu Gol caixinha branco.

29 de dezembro de 2007. Dentro do ônibus, não lembro se em Botafogo ou Copacabana, passei por uma lojinha chamada SPE – O spa dos pés. Fiquei puto.

Tenho pensado muito em você ultimamente. Rezo para que você esteja bem e que tenha um bom ano.

"de noite na cama eu fico pensando
se você me ama e quando
de dia eu faço graça pra não dar bandeira
não deixo você ver
de dia tudo passa como brincadeira
por longe de você
por onde você mora, pára e se demora
por ora nçao vou ter coragem de dizer
mas há de haver a hora
se você for embora, agora
de noite na cama eu fico pensando
se você me ama e quando..."

(Caetano Veloso)

Eu te amo tanto, filha.